Fátima Salles, de 55 anos, estava internada numa unidade em Campo Grande, a curar a Covid-19, e relatava estar desnorteada porque sentia o cheiro e a presença da mãe ali na unidade hospitalar.
Várias vezes, ela falava que estava sentindo o “cheiro da mãe”, e fez questão de perguntar a equipe médica, e descobriu que ela já estaria internada à quatro dias.
“Após quase dois meses internada, minha mãe finalmente teve alta. Eu sabia que ela estava ali presente, apenas os médicos mantinham o seu nome em segredo para não me preocupar. Pode ser algo maluco, mas eu sentia o cheiro da presença dela ali.Uns dias depois, vieram me confirmar que ela estaria ali mesmo ao lado”.
Segundo ela, existia muitas dúvidas sobre o que estava a ocorrer no “mundo lá fora”. É doido falar isso, mas eu achava que todo mundo teria morrido.
Até que a psicóloga veio falar comigo, e me disse que estava tudo bem, que o meu marido e a minha filha, todos os dias ligavam e me vinham visitar. Logo após a técnica contou que a minha mãe também estava ali, e parece que eu renasci naquele momento”, recorda.
Outra boa recordação, segundo ela, foi o cuidado que todos os profissionais de saúde tiveram, não só apenas com ela, como também com a mãe de 79 anos.
“Eu e a minha mãe, fomos muito bem tratadas, e por isso meu marido resolveu mandar fazer uma faixa. Colocando na frente da unidade no dia que a minha mãe, teve alta médica.
Eles cuidavam do nosso cabelo, do nosso corpo com cremes, sou apenas grata a toda essa equipe, sei o quanto eles se arriscam”, finaliza.
Já ao abandonar a unidade, Fátima falou que a família também teve muito apoio. “Foram dias de luta. Eu e a minha mãe e até o meu pai ficou uma semana, cuidando do doença. Só soube depois que eles davam muita segurança para o meu marido, mesmo nós estando ali na UTI, sem poder reagir.
Tudo isso foi muito bom e vi todo o cuidado a cada detalhe,principalmente quando não nomearam o nome da minha mãe, para que eu não ficasse preocupada, e me recuperasse”, finalizou.
Via: g1.globo.com